para estar presente numa conferência de economia da saúde (iHEA, Dublin). Troca de experiências sempre importante, e sobretudo algumas conversas para perceber melhor a evolução dos nossos “parceiros de troika”, Irlanda e Grécia. A primeira conclusão geral é que sabemos surpreendente pouco sobre como a crise económica e a intervenção da troika afectou os sistemas de saúde, a prestação de cuidados de saúde e a saúde das pessoas – há ao mesmo tempo crise económica, que tem efeitos sobre a saúde, mesmo que não houvesse intervenção de resgate financeira com condições (a troika), há o efeito em cima disso das medidas da troika, e há em cima destas duas políticas de iniciativa nacional que possam ter atenuado ou acentuado os efeitos das outras. Dois exemplos rápidos de natureza muito distinta – na Irlanda, de “universal health care” estão a querer passar para um “universal health insurance” (embora os termos me pareçam pouco exactos porque um Serviço Nacional de Saúde é também um “universal health insurance”), com grande discussão (um resumo não técnico no Irish Times), com grande receio que não seja realmente universal; na Grécia, uma restauração desejável, mesmo que não desejada inicialmente, da forma de protecção financeira – segundo uma das pessoas presentes, antes da crise, havia 47 formas diferentes de aceder a cuidados de saúde, dadas as múltiplas coberturas e acessos – uma confusão que só alimentava despesas. Enfim, ainda temos muito caminho para perceber melhor o que foram estes últimos anos, mesmo em termos de comparações internacionais e evolução dos sistemas de saúde.