Momentos económicos… e não só

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Guião da reforma do Estado (18)

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Ainda no campo do fomento económico, surge a inevitável referência aos mecanismos de seguros de crédito à exportação e ao capital de risco. Quanto a este último, sendo uma ideia tão repetida ao longo dos últimos anos, há que perceber porque ainda não se encontra uma evidência decisiva sobre o bom ou mau funcionamento dos mecanismos existentes. Se calhar até existe essa evidência e apenas não é divulgada, e se for esse o caso aqui está a oportunidade de o fazer.

A minha grande dúvida é sobre a escala necessária para que os mecanismos de capital de risco funcionem. É o mercado interno português suficiente para isso, ou deveria ser pensada uma solução conjunta com outros países, nomeadamente Espanha aqui ao lado, ou mesmo a nível comunitário?

Apesar de se reclamar como não dirigista, o Governo assume como áreas estratégicas a agricultura, a floresta, o turismo e o mar. Mas também se diz que os “cluster industriais portugueses merecem uma aposta consistente”. Sobre energias renováveis, a aposta de há dez anos do Governo de então, nada se diz.

Concordando com a ausência de dirigismo, até porque provavelmente mais do sectores o desenvolvimento mais interessante ocorrerá em nichos de ponta dentro de cada sector, impossibilitando uma política geral destinada a promover um ou outro sector, não fica claro quais os aspectos transversais que devem ser garantidos para que esses nichos de excelência possam ser desenvolvidos qualquer que seja o sector. Aqui, provavelmente mais do que apoios a empresas, há que retirar obstáculos ao seu desenvolvimento e os apoios serem direccionados para desenvolvimento de competências genéricas.

Autor: Pedro Pita Barros, professor na Nova SBE

Professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

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